sábado, 12 de junho de 2010

A Copa em vinhetas

Época de Copa do Mundo. O Brasil comemorando o fato de nunca ter faltado à maior competição de futebol de todos os tempos. Aliado ao outro fator de o futebol ser uma das paixões brasileiras - não digo unanimidade, pois nem todo mundo curte... - as emissoras procuram caprichar na cobertura do Mundial. Isso, claro, pede um visual diferenciado que, à medida que novas competições surgem, vai sendo atualizado.

Nem todas as emissoras entram na cobertura da Copa, mas todas se preparam para o que o povo quer ver e ouvir. Hoje em dia as concessões para transmissão são limitadas, sobretudo pelo fator econômico, muito embora no último Mundial a exclusividade tenha sido da Globo, o que entendemos ser algo como "concorrência desleal" frente a outras emissoras que, quando muito, tinham imagens cedidas pela transmissão oficial. As que não conseguem ser vitoriosas na disputa, pelo menos, dão destaque à competição com o que podem, como forma de entrarem, de alguma forma, na transmissão do evento. Afinal, é preciso vender, ainda mais se o Brasil vencer.

A analogia mundial - mundo - bola de futebol é a mais presente. Daí o que vem em seguida? Os países componentes da Copa. Não dá para fugir muito desse trio de fatores. No vídeo a seguir isso se torna bastante evidente. Algum destaque se dá a jogadores animados.



Desde 1978 a Globo inova com tomadas que fazem a associação bola/mundo, ainda na época do truca. A de 1982, aquela fatídica Copa da Espanha, foi além, e passou do mundo ao estádio, como dando a mensagem da Copa via satélite. Dali em diante, até mesmo pelas razões econômicas, as de 1986 e 1990 foram mais simples - para os padrões globais, chega a soar ridícula a animação de um jogador sem joelho na vinheta de 1990, afora a trilha que faz lembrar muito o tema de chamada de 25 anos da casa. Já em 1994 a Globo mostrou um jogador com consistência de vidro, algo bem mais aprimorado, e que achei sensacional à época. Em 1998 foi bem mais simples, mas a ideia de destacar os países foi bem aproveitada. Agora, as de 2002 e 2006 foram a chamada "marca da exclusividade", com um "Globo" bem mais destacado do que o nome do evento, propriamente dito. A emissora até que teve uma vinheta preliminar em 2006, diferente, que trazia o slogan "Copa 2006", mas logo em seguida passou ao "Globo na Copa", consagrando o monopólio de imagens do evento, o que causou um dissabor mais que evidente nos outros canais. Era um marasmo só assistir a qualquer informação num SBT, Record ou mesmo na Bandeirantes, o "Canal do Esporte" no passado.

Já em relação à de 2010, tenho que discordar de alguns amigos. A Globo caprichou, ao menos no aspecto visual e na mensagem que ela quis passar. Além de um movimento das jogadas, da emoção das partidas, as cores usadas remontam bem à África, bem destacada na bola que se tornou o logotipo oficial. A trilha, que tem acordes vindos de instrumentos de percussão típicos da África, completam o conjunto.



Quanto aos demais canais, as vinhetas seguem um padrão convencional, pois não há muito como fugir do que já foi trazido em matéria de design, sobretudo pela Globo. E também não compensa a outros canais investirem em trabalhos tão bem acabados, sendo que o principal produto, o jogo, acaba ficando nas mãos de três emissoras brasileiras e seus conglomerados.

Mais do que nunca, a Copa se tornou um comércio menos futebolístico e mais... dinheirístico. Tomara que pelo menos o Brasil saia vitorioso, o que alguns veem com ceticismo.


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CLEBER OLYMPIO é paulistano, advogado pela PUC/Campinas, locutor noticiarista pelo SENAC/SP e aprecia vinhetas de telejornais desde os 11 anos de idade. É o criador da comunidade "Vinhetas de Telejornais" no orkut. Siga-me no Twitter

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